#13 – Como migrar seu software para SaaS

No episódio #13 do Projeto SaaS, os apresentadores Renan Caixeiro e Rodrigo Nunes, fundadores do Reportei.com, convidaram Paulo Henrique, fundador da CobreFácil. Eles conversam sobre a transição de um software com cobrança transacional para cobrança de assinaturas.

A Cobre Fácil automatiza e facilita o processo de cobrança dos clientes de uma empresa. As soluções são diversas, desde as formas de pagamento ao controle de emissão de notas fiscais, atendendo também a nichos variados.

Neste artigo, falaremos mais sobre a migração de um software para o modelo Software as a Service (SaaS). Ouça o episódio completo clicando no link. 

Paulo Henrique
CEO e fundador da Cobre Fácil, uma fintech especializada em automatizar e facilitar o processo de cobrança dos clientes, direcionada para MEIs, pequenas e médias empresas. A startup obteve investimentos significativos de empresas e fundos renomados, como Brinks, o fundo japonês BVC e, mais recentemente, o fundo americano Feba Capital.

Por que migrar para o SaaS?

Migrar um software para SaaS (Software as a Service) pode ser uma tarefa desafiadora, mas é uma mudança importante para empresas que desejam melhorar a eficiência e economizar custos. 

Paulo Henrique compartilhou os aprendizados que teve na transição da Cobre Fácil e reunimos a seguir, para que os insights também sejam úteis a você.

“[A Cobre Fácil] começou muito focada em boleto bancário (…) em uma plataforma para uso próprio. A gente foi entendendo um pouco mais dessa jornada e, no meio desse caminho, a gente precisava incluir outros serviços financeiros” (Paulo Henrique, CEO da Cobre Fácil).

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Painel do Cobre Fácil, fintech de cobrança e pagamentos

Benefícios do SaaS para empresas

Transformar um software em um modelo SaaS (Software as a Service) traz diversos benefícios tanto para os desenvolvedores quanto para os usuários finais. 

As vantagens mais notáveis incluem atualização facilitada do software, previsibilidade de custos, flexibilidades para a empresa e o cliente, além de pontos como:

  • Facilidade de acesso e manutenção: A hospedagem em nuvem facilita o acesso de qualquer dispositivo com conexão à internet. Isso oferece maior flexibilidade e conveniência aos usuários, que não precisam instalar o software localmente. Além disso, a manutenção e atualizações do software são gerenciadas pelo provedor, o que reduz tempo e esforço dos usuários em atualizações e correções de bugs.
  • Escalabilidade e flexibilidade de custos: Já que os modelos SaaS são baseados em assinaturas, podem oferecer várias opções de preços, adequadas às necessidades e recursos dos usuários. Além disso, como os provedores SaaS gerenciam a infraestrutura e os recursos de computação necessários, os clientes podem dimensionar seu uso sem a necessidade de investir em hardware adicional.
  • Segurança e conformidade: Um SaaS geralmente exige medidas de segurança robustas para proteger os dados de clientes e garantir a disponibilidade do serviço. Isso inclui criptografia de dados, firewalls, monitoramento de ameaças e planos de recuperação de desastres. 

Plano freemium: traga assinantes para seu SaaS

Um plano freemium é um modelo no qual um provedor de software oferece a versão gratuita do serviço com funcionalidades básicas. Aliados a esse plano estão as opções de assinatura pagas, que incluem os recursos e capacidades adicionais. 

Um plano freemium pode ser uma estratégia eficaz para atrair assinantes para um SaaS, pois permite que os usuários experimentem o produto sem custo inicial. Isso pode levar a um maior interesse no serviço e, eventualmente, à conversão de usuários gratuitos em assinantes pagos. 

Existem outras maneiras de encorajar os clientes a evoluírem para um plano pago além de limitar os recursos freemium e o principal deles é oferecer benefícios:

  1. Suporte prioritário: Oferecer suporte prioritário e atendimento ao cliente para assinantes pagos, incentiva os usuários que demandam um nível mais alto de serviço a atualizarem seus planos.
  2. Integrações e personalizações: Disponibilize integrações com outros aplicativos e serviços, bem como opções de personalização, apenas para assinantes pagos. Isso pode atrair usuários que desejam otimizar e personalizar sua experiência com o software.
  3. Teste gratuito: Permita que os usuários experimentem os recursos premium por um período limitado, como 14 ou 30 dias. Isso pode ajudá-los a entender o valor desses recursos e incentivá-los a se inscreverem em um plano pago após o término do período de teste.
  4. Ofertas e descontos: Incentive os usuários a se inscreverem em planos pagos oferecendo descontos por tempo limitado, ofertas especiais ou preços com desconto para compromissos de longo prazo, como em assinaturas anuais, por exemplo. 
  5. Feedback e melhorias contínuas: Solicite feedback dos usuários e trabalhe continuamente para melhorar o software e adicionar novos recursos. Isso demonstra seu compromisso em atender às necessidades dos clientes e pode encorajá-los a investir em um plano pago para ter acesso a essas melhorias.

Ao implementar essas estratégias, é importante garantir que o plano gratuito ainda ofereça valor suficiente para atrair e reter usuários, enquanto os incentivos para atualizar sejam claros e convincentes.

Saiba mais: Como precificar SaaS – modelos de pricing

As dificuldades ao migrar um modelo transacional para assinatura

Migrar de um modelo de negócios transacional para um modelo de assinatura baseado em SaaS pode apresentar várias dificuldades. 

Uma delas, por exemplo, é a mudança de mentalidade e cultura. A transição para um modelo de assinatura requer uma mudança tanto dos desenvolvedores, quanto dos clientes. Enquanto estes se adaptam à ideia de pagamentos recorrentes em vez de únicos, aqueles precisam focar na retenção e satisfação do cliente a longo prazo.

Em um modelo SaaS, os desenvolvedores são responsáveis pela manutenção contínua, atualizações e correções de bugs. Isso pode exigir recursos adicionais e uma equipe dedicada de suporte e desenvolvimento, aumentando os custos operacionais. 

Outro ajuste necessário é a estruturação de preços, que precisa estar adequada a um modelo de assinatura e isso pode ser um desafio. É importante encontrar um equilíbrio entre oferecer planos atrativos e rentáveis, sem afastar os clientes com preços excessivamente altos ou complexos.

“A Cobre Fácil sempre foi 100% transacional, a gente sempre cobrava por transação. Porque no final das contas a gente não é o banco emissor do boleto. Então a nossa atividade fim é a plataforma.” (Paulo Henrique, CEO da Cobre Fácil)

Há também a preocupação financeira com a transição de receita: à medida que os clientes passam a fazer pagamentos menores e recorrentes, em vez de compras únicas, pode haver queda temporária nas entradas. 

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É crucial planejar a transição financeira e garantir que a empresa possa suportar essa mudança de fluxo de receita durante o período de adaptação.

Outro ponto de atenção é que migrar o seu software para SaaS pode afetar a aquisição e a retenção de clientes. Algumas pessoas podem relutar em adotar um modelo de pagamento recorrente, enquanto outras podem ser atraídas pela conveniência e flexibilidade das assinaturas. 

A adoção bem-sucedida do modelo SaaS requer estratégias de marketing e vendas adaptadas para atrair e reter clientes nesse novo modelo.

Leia também: Como migrar da venda única para a recorrente

Como migrar uma fintech para SaaS?

A migração para SaaS em uma fintech envolve a transformação de uma solução financeira baseada em software tradicional em um serviço hospedado na nuvem, acessível por meio de assinaturas. 

Essa migração pode trazer os benefícios que já listamos, como maior escalabilidade e flexibilidade de custos, mas também apresenta desafios específicos do setor financeiro. 

Veja um resumo de como pode funcionar essa migração para trabalhar com o mercado de software financeiro:

  • Análise das necessidades: Antes de iniciar a migração, a fintech deve analisar as necessidades de negócios, identificar os requisitos técnicos e definir os objetivos e expectativas para a solução SaaS.
  • Integração com sistemas existentes: O SaaS deve se integrar facilmente com os sistemas financeiros e bancários existentes. Bem como com outras soluções do setor, principalmente, relacionadas à segurança de dados.
  • User experience e funcionalidades: Ofereça uma experiência de usuário intuitiva e fácil de usar, com funcionalidades que atendam às necessidades do mercado financeiro, como processamento de pagamentos, gerenciamento de risco, análise de crédito e serviços de contabilidade.
  • Adoção e suporte ao cliente: Também é importante criar estratégias para promover a adoção da solução SaaS entre seus clientes e fornecer suporte abrangente que ajude os usuários na transição e resolva problemas técnicos.

Trabalhar no mercado de software financeiro exige conhecimento técnico, compreensão das regulamentações e requisitos do setor e uma capacidade de se adaptar rapidamente às mudanças na tecnologia e no ambiente regulatório. 

“O mercado [financeiro] é extremamente competitivo, eu não tinha noção nenhuma que a competição era tão grande (…) Tinha muito capital sendo colocado em fintech, na época [2016] eu falava que era a nova paleteria mexicana, todo mundo queria”. (Paulo Henrique, CEO da Cobre Fácil)

Apesar disso, também pode ser gratificante, pois oferece a oportunidade de criar soluções inovadoras que ajudam a transformar a maneira como as pessoas e as empresas gerenciam suas finanças.

Migrar seu software para SaaS é um processo que pode ser desafiador, mas pode trazer grandes benefícios para a sua empresa. Ao seguir as melhores práticas e ter um plano de migração bem estruturado, você pode garantir que a migração seja bem-sucedida e que sua empresa aproveite ao máximo os benefícios do SaaS.

Ouça o nosso podcast

O Projeto SaaS é um podcast voltado para empreendedores e entusiastas de Software as a Service (SaaS). 

O cast foi criado para fomentar o mercado SaaS no Brasil e, para isso, traz profissionais experientes para discutir assuntos importantes na construção e crescimento de um produto SaaS. 
Disponível no Spotify, Apple e Google Podcasts para você ouvir de onde estiver.

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