No episódio #7 do Projeto SaaS, Rodrigo Nunes e Renan Caixeiro, convidam Léo Kalash, fundador do SemSenha para conversar sobre Wi-Fi as a Service, ou WaaS, e a recorrência com hardware.
A empresa, que surgiu em Juiz de Fora (MG), assim como o Reportei, oferece Wi-Fi como serviço para diversos setores pelo Brasil e Kalash conta como é esta experiência.
Neste artigo de blog você vai ler o que é o Wi-Fi as a Service, as dificuldades e soluções para gerenciar o SemSenha e como programas de aceleração podem auxiliar no desenvolvimento de um WaaS.
Léo Kalash
Léo Pires ou Kalash é um apaixonado por redes que atua há mais de 20 anos no mercado MAN, LAN e WAN. Especialista em Wireless, Cloud Computing, Alta disponibilidade, Servidores Linux, Projeto e Arquitetura de Serviços na Nuvem, é o fundador do SemSenha, Wi-Fi as a Service para negócios, que iniciou em Juiz de Fora (MG).
O mercado de Wi-Fi como serviço
O Wi-Fi as a Service (WaaS), que também é conhecido por Wi-Fi como serviço, se baseia em um serviço por assinatura com três pilares: infraestrutura (hardware), software e prestação de serviços, gerenciados de forma única.
O hardware se refere a equipamentos físicos da rede que este serviço exige. Já o segundo termo é a parte lógica do WaaS, que visa entregar o serviço contratado. E, por fim, a prestação de serviços define o monitoramento remoto, que engloba suporte de atendimento, manutenção e atualizações.
Com as ferramentas adequadas, o objetivo é proporcionar mais segurança e controle sobre a rede wireless. Tem melhor aplicação em redes com alto volume de acesso, como em estabelecimentos e locais públicos, mas não se restringe a esse âmbito.
Para usufruir todas as vantagens de um WaaS, é necessário que a empresa contratante invista em um provedor de internet, que fornecerá o serviço se adequando às necessidades do local.
A partir disso, a empresa cliente terá atendimento e suporte, como em um serviço de outsourcing de TI. Tudo isso, geralmente, por uma taxa mensal de assinatura, que varia de acordo com o uso, como já mencionado.
De acordo com um relatório de análise global, estima-se que o mercado de Wi-Fi como serviço cresça de US$1,7 bilhão de dólares, o qual foi avaliado em 2020, para US$8,8 bilhões de dólares nos próximos cinco anos.
Impulsionado pela alta demanda, especialmente nas pequenas e médias empresas desde a pandemia em 2020, o WaaS tende a continuar crescendo. Reunimos alguns benefícios do serviço que influenciam essa previsão.
- Infraestrutura de baixo custo e com qualidade;
- Gerenciamento da rede centralizado;
- Maior segurança no tráfego de informações;
Ou seja, o Wi-Fi as a Service pode incluir soluções que abrangem uma série de fatores para que o acesso à internet seja mais seguro e potente, a fim de não se tornar um problema para as operações e se adequar à realidade de cada local em que for implementado.
Como combinar software e hardware em WaaS
No mercado WaaS desde 2013, o SemSenha é uma empresa mineira de hotspots, fundada por Léo Kalash, que oferece Wi-Fi como Serviço e surgiu a partir da necessidade do restaurante de um amigo, primeiro cliente a obter o WaaS.
“Eu tenho um amigo que estava abrindo um restaurante e perguntei ‘pra’ ele: e se eu fizesse um Wi-Fi em que toda vez que o usuário se conectasse visse uma publicidade sua em tela cheia?’ O cara me interrompeu e falou: ‘eu preciso disso ‘pra’ minha inauguração, daqui a três meses’. E assim surgiu o SemSenha”. (Léo Kalash, fundador do SemSenha)
O SemSenha opera de maneira simplificada, com três etapas principais no serviço:
- Publicidade — sempre que o cliente de um estabelecimento se conecta à rede Wi-Fi, ele vê uma publicidade do negócio em tela cheia.
- Identificação — o WaaS também é capaz de identificar se o usuário já utilizou ou não o SemSenha para que seja feito um cadastro simples, com nome e e-mail.
- Direcionamento — quando conectado, o cliente é redirecionado para uma rede social ou outro destino escolhido pelo estabelecimento, como o TripAdvisor.
A seguir, vamos entender como o SemSenha se encaixa no nicho de Wi-Fi como Serviço, de que forma isso ocorre no dia a dia e como funciona a cobrança por assinatura.
Cobrança por assinatura em Wi-Fi as a Service
Em vez de apenas configurar o roteador e entregá-lo à empresa cliente, por exemplo, Kalash conta que no SemSenha sempre tiveram o objetivo de trabalhar com a assinatura recorrente, desde o primeiro cliente.
O hardware, que faz parte do serviço, fica em comodato com o cliente, como explica Kalash. Ou seja, por ocasião em que não for feito o pagamento da assinatura ou em um eventual cancelamento, ele deve ser devolvido ao SemSenha.
Além disso, o serviço é pré-pago e sem contratos de fidelização. Kalash conta que é um valor do SemSenha que o cliente possa cancelar o serviço caso não esteja satisfeito, mas ressalta que esse é um índice pequeno.
“Uma parcela pequena dos clientes precisou de fidelização. Às vezes uma condição comercial diferente ou em função do tamanho [da demanda] do cliente, a gente impõe a fidelização em função da concessão que a gente teve que fazer na negociação”, explica Kalash.
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Mas para construir uma recorrência com hardware também existem obstáculos que devem ser transpostos. O principal deles é trabalhar com um hardware sem um técnico especializado, em um cenário no qual o cliente não sabe manusear o aparelho.
No entanto, com o propósito de uma solução inteligente, o serviço também permite adaptação a um hardware que o cliente porventura já tenha adquirido e seja compatível com o software.
O WaaS disponibiliza atendimento completo, com suporte a resolução de problemas, diagnóstico e manutenção da rede Wi-Fi. Dessa forma, em vez de um departamento de tecnologia da informação, a empresa contratante terceiriza o SemSenha.
E é dessa forma que o SemSenha torna-se um investimento operacional, com faturamento mensal que cobre desde a aquisição e instalação, até a manutenção contínua, monitoramento e atualizações.
Atualmente, ⅓ da base de clientes do SemSenha é composta por bares e restaurantes, mas abrange também o transporte urbano.
Nesses setores, o WaaS contribui com outras funcionalidades além do acesso à internet. Por exemplo, no aumento do engajamento nas redes sociais e no número de avaliações de um estabelecimento no TripAdvisor a partir da publicidade do local no início do acesso.
Programa de aceleração para WaaS
O Startups and Entrepreneurship Ecosystem Development (Seed) é um programa de aceleração de startups do qual o SemSenha fez parte da segunda turma de empresas aceleradas.
O Seed é uma aceleradora mineira e a primeira financiada apenas por recursos públicos no Brasil.
Como agente de fomento ao empreendedorismo e à inovação, potencializa a interação, as redes e a transferência de conhecimento e habilidades entre empreendedores apoiados e o ecossistema local.
O SemSenha, junto a outras 40 startups participantes do programa de aceleração, passaram por seis meses de atividades que contribuem para fortalecer seus projetos. Dentre eles, mentoria personalizada, com acompanhamento técnico, gerencial e estratégico.
O programa também oferece incentivo financeiro para auxiliar no crescimento das startups participantes. No caso do SemSenha, Kalash destaca que o capital ajudou a melhorar a customização do serviço para cada cliente.
“Na aceleração a gente deu alguns passos atrás, mas para dar muitos a frente. O SemSenha cresceu pouco no período da aceleração, em função da rotina do Seed”. Em contrapartida, puderam investir em equipamentos para a empresa, que já faturava com os clientes iniciais.
O SemSenha foi eleita a melhor startup da rodada de aceleração dentre as selecionadas.
Como comentário final, Léo Kalash destaca um viés importante para superar empecilhos que possam surgir para um WaaS: “O mais importante é conseguir embalar o seu produto de forma que ele não precise sair configurado da sua empresa. Se você conseguir que o seu produto esteja pronto para qualquer cliente, isso facilita muitas coisas”. (Léo Kalash)
Interaja nos comentários abaixo: quais dificuldades o seu SaaS enfrentou ou enfrenta no início e como foram superadas?
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